Mais de uma década depois, o Fundo Monetário Internacional (FMI) dá a volta por cima na América do Sul. Os dois principais países do continente, dominados por governos conservadores, Brasil e Argentina, estendem novamente a mão para o organismo. Mauricio Macri, nove meses depois de assumir a presidência da Argentina, reconhece que suas políticas geraram 1,4 milhão de novos pobres. Macri recebeu apoio do FMI na mesma data que representantes do Fundo estiveram em Brasília, reunidos com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Elogiaram o novo governo e apresentaram sugestões para o futuro do país. O FMI retorna, mas não pode fugir de sua história: "continua tendo um passado na Argentina e em toda a América Latina que o transformou, aos olhos de milhões de latino-americanos, em um dos responsáveis pela grande crise dos anos 90”.
Os debates sobre o avanço da direita nos países do centro capitalista – e em diversos outros casos na sua periferia do sistema interestatal – têm como fulcro o enfraquecimento da democracia liberal (1), que impera em praticamente todo o Ocidente. Nessas discussões, vêm se destacando como uma das causas do problema a deterioração da renda, a qualidade dos postos de trabalho e a falta de oportunidades de ascensão social para um grande contingente de trabalhadores. Um fenômeno que tem sido aproveitado por forças “populistas” que contestam o regime da democracia liberal.