Os embaixadores representam seu país e defendem seus interesses. Com os EUA não é diferente. A diplomacia americana, no entanto, ganhou um nível excepcional de especialização. Analisando o perfil dos três últimos embaixadores no Brasil, é possível perceber o zelo e a precisão na escolha e a perfeita sintonia com a realidade brasileira e com os objetivos norte-americanos no Brasil e na região. A chegada de Liliana Ayalde para o lugar anteriormente ocupado por Thomas Shannon e sua substituição por Peter Michael McKinley revelam um trabalho cuidadoso, objetivamente direcionado para fins específicos.
De olho na Venezuela e no Pré-sal, Almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul, visita o Brasil, entre os dias 10 e 13 de fevereiro deste 2019, para consolidar alianças estratégicas de interesse dos EUA.
As declarações do almirante, na última quinta-feira, 7 de fevereiro, diante do Comitê de Serviços Armados do Senado dos EUA não deixam dúvidas sobre sua ação à frente do U.S. Southern Command (SOUTHCOM). Os EUA utilizarão de todos os recursos disponíveis para fazer valer seus interesses que, supostamente, seriam os mesmos de todos os países das Américas, “sua vizinhança”.
A saída de John Bolton do cargo de Conselheiro de Segurança Nacional de Donald Trump gerou tanta expectativa que até provocou a queda dos preços do petróleo (1). Bolton é um dos falcões, linha dura em política internacional, que aposta no confronto direto. É um dinossauro, dos tempos que em os EUA exerciam sua hegemonia como potência única.
Essa expectativa gerada por seu afastamento gira em torno de uma política externa menos agressiva e belicista que, afinal, corresponde ao discurso de campanha de Trump, que prometeu acabar com a ‘guerra sem fim’ dos Estados Unidos, dizendo que o país gastou bilhões de dólares em uma presença militar que está mais voltada “para proteger aliados ricos dos EUA do que cidadãos americanos comuns”.
No mês de setembro entrou em vigor mais um acréscimo das tarifas contra exportações chinesas que, iniciada em 2017, sobre 125 bilhões de dólares em produtos, foi sendo ampliada para os atuais 425 bilhões de dólares. Em meio a negociações intermitentes e fracassadas, a China tem replicado com tarifas punitivas em um volume proporcional às das suas importações americanas. Essas penalizações vêm sendo entremeadas de negociações, até agora sem resultado.