As organizações Globo jogaram papel decisivo no impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ao longo de meses, numa parceria estreita com os procuradores e o juiz da Lava Jato, as manchetes negativas e contrárias ao governo, à Dilma e à economia ocuparam os espaços mais importantes do jornal impresso e do Jornal Nacional. Mas a ação dos veículos da família Marinho estavam nessa labuta há muito, desde os tempos em que Lula ocupava a presidência da República. Um episódio em particular foi interessante, quando, no sábado, 28 de junho de 2014, o jornal O globo, em um esforço para desqualificar Lula, acabou por revelar aos leitores 13 números que a imprensa tentava a todo custo esconder.
Denúncias de violação de direitos trabalhistas e ambientais na África, Ásia e no continente americano arranham a imagem da Vale, segunda maior empresa mineradora do mundo. Juntos, os atingidos pelas operações da companhia mobilizam-se para exigir mudanças imediatas. Publicado originalmente na edição brasileira do Le Monde Diplomatique em 01 de Outubro de 2010. A nova Vale nascida da privatização espalha insatisfação e conflitos em vários continentes.
Texto publicado na Carta Capital destaca estudo sobre o Bolsa Família que desmente discurso preconceituoso que vincula o benefício social à leniência e à vadiagem. Bolsa Família não só não desestimulou a procura por emprego como trouxe outros benefícios à população atendida e à sociedade. A avaliação de impacto do programa mostra índice de ocupação semelhante entre beneficiários ou não, além de avanços no acesso a saúde e educação.
O governo de Jair Bolsonaro tem um compromisso com o desmonte profundo do Estado Brasileiro. A política econômica proposta do superministro Paulo Guedes é de privatização total. O Brasil já viveu experiência parecida durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e seu PSDB. Uma dos maiores desdobramentos dessa política foi a privatização da empresa Vale do Rio Doce. O rompimento da barragem em Brumadinho e, anteriormente, o de Mariana, nos remete ao debate do que significa para o Brasil essa profunda mudança. Os passos previstos para agora são os mesmos de antes: desvalorização na avaliação do patrimônio público para a venda, facilidades fiscais de todos os tipos e financiamento "camarada" pelo BNDES. Vinte e dois anos depois, a história se repete.
Gianni Mura, La Republica - 28/06/2012 Não eram dois negros e um branco a exigir respeito e justiça naquele pódio, eram três seres humanos. “É coisa de vocês”, poderia ter dito Norman, mas não disse e nunca se arrependeu e os outros dois também. Todas as coisas que a foto não diz. Devemos fazer um esforço para não olhar para os dois de cabeça baixa, com os punhos levantados e com luvas pretas, meias pretas e sem sapatos, no pódio. Temos de nos concentrar no atleta da esquerda, branco, olhar em linha reta, braços estendidos ao lado do corpo. Temos que lembrar algumas coisas, que 1968 está perenemente associado ao Maio francês. Em 16 de março, o massacre de My Lai [aldeia vietnamita onde o exército dos EUA assassinou mulheres e crianças], 4 de abril o assassinato de Martin L. King, 5 de junho atinge Bob Kennedy. Adicione a isso, Biafra, os tanques soviéticos sobre a Primavera de Praga, o massacre de Piazza de três culturas [Massacre de Tlatelolco, quando o exército mexicano assassinou mais de 300 estudantes], imediatamente antes de começarem as Olimpíadas do México. Você tem que saber que a final dos 200 metros foi vencida por Tommie…
A lei de terceirização foi aprovada dia 22 na Câmara dos Deputados exatamente um dia depois dos 16 anos da tragédia da P-36, a maior plataforma de extração de petróleo do mundo à época, afundada em 21 de março de 2001. Na quarta-feira, dia 15, exatamente 16 anos após o acidente que levaria P-36 para o fundo do mar, foi a vez do plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) render-se aos interesses do mercado e decidir pela revogação da medida cautelar que impedia a venda de ativos da Petrobras. A partir da decisão do TCU a privatização da BR Distribuidora pode ser deslanchada, independentemente da legislação em vigor. A coincidência, no entanto, não se restringe às datas. A terceirização e o processo de privatização “branca” que tem atingido a Petrobras após o Golpe de 2016 remetem ao lamentável episódio da plataforma P-36. Se há semelhança de fatos, os protagonistas são os mesmos: o núcleo duro do PSDB, que só vê futuro para o Brasil na condição de colônia dos EUA.